Mudar a correlação de forças não é um ato de vontade, favor ou reconhecimento. Para garantir projetos e direitos é preciso ter poder – ter a força necessária para decidir nesta sociedade dividida em classes.
É ingenuidade esperar que o dominador ceda lugar às mulheres por compreensão, pena, cobrança ou choro da vítima. Por ser uma relação de poder requer mecanismos e iniciativas de atores atuantes. A experiência diz que sem mudar as condições da existência que sustentam a opressão, a luta apenas por mudanças culturais ou mudanças de comportamento é insuficiente e pode causar angústia e frustração.
Dia internacional da mulher
A Bíblia, no primeiro capítulo, diz que “Deus criou os humanos à sua imagem. À sua imagem criou homem e mulher”. O enunciado é uma denúncia de quem não silenciou (foi silenciada) porque a igualdade já não era mais uma prática. A diferença entre homem e mulher, pela divisão social e sexual do trabalho, apareceu quando o trabalho público do homem passa a ser visto como superior ao trabalho doméstico da mulher.
A dominação se faz pela violência, mas se mantem pelo consentimento da parte oprimida. Esse convencimento utiliza escolas, igrejas, cultura, mídia; para justificar a inferioridade, a discriminação e o preconceito.
Toda mulher luta para livrar-se da opressão. Mesmo inconsciente, resiste porque guarda no peito uma profunda indignação. Não luta porque gosta; luta para sobreviver, ser respeitada e reconhecida.
O dia Internacional da mulher, foi criado pelas socialistas, para celebrar a resistência e despertar as mulheres por respeito e equidade. Ao tomar consciência da injustiça, as mulheres podem se organizar e lutar, juntamente com os homens, por um mundo com nova relação entre os humanos, sem exploração, sem domesticação, sem discriminação e sem preconceitos.
A dominação reprime para deixar a mulher de joelhos e conformada. Às vezes, ela resiste às balas de chumbo, mas é vencida pelas balas de açúcar. Que flores e elogios não esvaziem a luta das mulheres contra a opressão patriarcal e a exploração capitalista.
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